quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Safra recorde inflaciona o preço dos fretes

A safra recorde de grãos inflacionou o valor dos fretes em todo o estado. Em algumas regiões, como a Oeste, que já está colhendo a safra de soja o valor pago pela tonelada saltou de R$ 30 para R$ 100, ou seja, 333% em apenas uma semana. Outro problema verificado é falta de caminhões disponíveis para embarques de feijão, madeira e adubo para as regiões Sudeste e Nordeste do país.A pesquisa do IBGE revela que a produção de soja será recorde no Paraná, nesta safra de verão. Deverão ser colhidas 13,4 milhões de toneladas, volume 41% maior que no ano passado quando foram colhidas 9,5 milhões de toneladas no Estado. Além da produtividade maior, a área plantada com a cultura cresceu 8,5% este ano. A expectativa dos transportadores é para o retorno de um velho problema no Porto de Paranaguá: as filas. O administrador da Associação dos Transportadores Autônomos de Marmeleiro (Atram), Glademir Stein, observa que com apenas 15 dias de colheita da soja na região de Cascavel e Ponta Grossa, no Paraná, e Mato Grosso formaram-se filas de 22 quilômetros no porto. Nos próximos 20 dias com o início da colheita da região Sudoeste-PR e de Santa Catarina a previsão é que as filas tripliquem. Os caminhões, por enquanto, esperam entre 5 e 6 horas para entrar no pátio e aguardam mais 20 horas para descarregar.
As empresas de agronegócio do Sudoeste que exportam soja ou milho pelo Porto de Paranaguá estão preocupadas com a formação de filas para descarregar as cargas. O gerente de transportes da Cooperativa de Capanema (Coagro), José Rosa, a orientação recebida é que as empresas só podem mandar caminhões carregados quando há o cadastro de liberação. Em relação à notícia de que começaram as filas de caminhões na BR 277, em Paranaguá, José reconhece que existe a preocupação de que os motoristas possam ficar de dois a três dias parados à espera para deixar suas cargas.
O diretor financeiro da empresa Peron Ferrari, de Santo Antônio do Sudoeste, está preocupado com o aumento nos preços do frete. Se os caminhões começarem a ficar muitos dias na fila haverá uma diminuição na oferta dos veículos disponíveis para o transporte. Isso terá reflexo direto sobre o custo do frete. O aumento no preço do transporte acabará se refletindo sobre os preços pagos aos produtores, que serão menores.Este ano os transportadores têm um motivo a mais para reclamar do pedágio. Até 2009, quando o caminhão bi-trem passava pela praça de pedágio vazio pagava apenas pelos quatro eixos abaixados. A partir deste ano estão sendo cobrados os três eixos que ficam erguidos também.