terça-feira, 22 de março de 2011

O X DA EDUCAÇÃO


Profª: Luirdes Apª Kruczkevicz Blasius.

               
Falar em educação na atualidade exprime preocupações, principalmente, quando o assunto é o cotidiano escolar. A escola de hoje precisa estar preparada para lidar com o imprevisível, com o inusitado mundo dos jovens e adolescentes oriundos  de uma sociedade competitiva, capitalista e vazia de valores humanos.
            A humanidade teve um avanço extraordinário na ciência, na medicina, nos meios de comunicação, entretanto, empobreceu em  valores morais e éticos e acabou formando adultos sem referenciais de cidadania e de respeito pelo próximo. Vivemos uma nova era social, tudo está mudando: as famílias, a sociedade, o mundo do trabalho, a mídia... É no seio da família que a criança encontra as primeiras referências para crescer seguro de si e conhecedor de suas capacidades e limites.
            Urge destacar que a estrutura familiar hoje em dia é diferente das que estávamos acostumados, não há mais famílias compostas apenas de pai, mãe e filhos, nesse embate é imprescindível que o professor perceba no discente, um ser humano necessitando de amor, carinho e compreensão. Como diz Mészáros “ educação é processo humanizador”, a suposta analogia nos remete ao ato de educar com sensibilidade, com amor, exige que olhemos para o outro, que percebamos que o outro existe e é gente.
            Caro leitor, esse é o ponto crucial de nossa conversa...Antes o papel do professor resumia-se na transmissão do conhecimento, e o que acontece hoje? Qual é a função social da escola atual? Muitas vezes os pais nem veem os filhos, apesar de dividirem a mesma casa. O afeto, o carinho, o diálogo está ausente no âmbito familiar. Raros são os pais que conseguem, apesar da correria de suas vidas, dedicarem um tempo especial para dar atenção necessária aos filhos. O resultado dos desequilíbrios sociais são adolescentes perdidos em meio às mudanças, sem altruísmo, sem limites, inseguros. Pensa-se que o jovem precisa de liberdade, o que não deixa de ser verdade, entretanto, é de extrema importância que a família esteja acompanhando seus filhos, atentos ao que eles estão fazendo dentro e fora da escola, que site estão acessando, quem são seus amigos, quais lugares estão freqüentando.             Partindo desse pressuposto, vale ressaltar que não há razão para dizer que a atividade profissional está de certa forma distanciando a relação pais e filhos, uma vez que a intensidade da relação é mais importante que a quantidade. Com a criança indo para a escola cada vez mais cedo está se delegando para a escola a função de educar, a qual é de responsabilidade familiar, porém, como algumas famílias se omitem, essa tarefa essencialmente familiar “sobra” para o educador, que está na linha de frente, é ele quem vai  ser  para a criança e o adolescente  um modelo, um exemplo e até uma referência. Os alunos vêm das mais variadas origens, e, é o espaço da sala de aula, que ficará responsável pela realização das situações que em casa inexistem, como por exemplo, o estabelecimento de regras, limites e humanização. Cabe salientar ainda, que criar e estabelecer regras e limites somente pela instituição de ensino, não é tarefa fácil, uma vez que a personalidade  é formada ainda no seio familiar e foge da função e da estrutura   escolar.
Temos uma necessidade urgente de mudança, de pensarmos a criança como um ser em formação e não uma pequena máquina que para funcionar basta colocar os componentes necessários: casa, alimento, presentes. A criança é um ser humano que necessita para bem viver de atenção carinho, aconchego, apoio e também limites para crescer consciente que faz parte de grupos: família, sociedade, nação, humanidade.
Enquanto família, escola e sociedade não se unirem (quero esclarecer que a carga recai aos professores). Fica aqui o “X” da questão: estamos fazendo o que cabe a nós professores? Devemos fazer? Como não nos comprometermos, se somos sujeitos sociais dotados de relações de interação, que podem ou não serem positivas? Somos professores e antes de tudo HUMANOS.