Por Edinei Lovatto
Um grupo de 36 pessoas, formado por produtores rurais, Técnicos Agrícolas do Município de Alegrete Rio Grande do Sul localizando no Sudoeste Rio-Grandense, estiveram na sexta-feira (22) visitando três propriedades rurais de Nova Prata do Iguaçu que integram o programa Balde Cheio para conhecer os resultados do programa desenvolvido no município. A distancia entre as duas cidades é de 800 quilômetros . A Prefeitura Municipal de Nova Prata do Iguaçu, desde agosto de 2009 é conveniada a Cooperideal. São atendidas trinta famílias pelo Engenheiro Agrônomo Mestre Juliano Alarcon Fabricio, e por ser referencia, o município tem recebido constantemente a visita de agricultores e técnicos de varias cidades.
Foram visitadas as propriedades de Adelar Viecili,Silvar Yoti, conhecido por Chico e Idemar Dalberto.
O início dos trabalhos com o produtor Adelar Viecili foi em fevereiro de 2010, com produção inicial de 220 litros de leite por dia. Hoje, a média diária gira em torno de 380 litros de leite por dia, em uma área de capim mombaça e tifton 85, irrigados.
O inicio dos trabalhos com o produtor Silvar Iothi foi em agosto de 2009, com produção inicial de 160 litros de leite por dia. Mesmo reduzido o plantel de animais, atualmente a produção está em 250 litros de leite por dia. Com a propriedade sem irrigação, estamos obtendo ótimo resultado, demonstrando que a irrigação é apenas uma das várias técnicas utilizáveis no projeto.
Na propriedade modelo do projeto, encontramos o produtor Idemar Dalberto, que está no trabalho desde janeiro de 2008, e que pelo livro de visitas, já recebeu mais de setecentas (700) pessoas que vem com o objetivo de conhecer a realidade da propriedade. A produção inicial era de 130 litros de leite por dia. Hoje a produção diária está em 350 litros de leite, o que permite uma qualidade de vida muito satisfatória a família.
Em todas as propriedades, os visitantes tiveram contato direto com os produtores, podendo tirar suas duvidas e verificar a viabilidade para desenvolver o trabalho em suas propriedades.
A viagem proporcionou aos produtores a troca de experiência e conhecimento do sistema de irrigação de pasto, através do acompanhamento prático das atividades do programa Balde Cheio, realizado no município de Nova Prata.
A idéia foi mostrar exemplos práticos e reais da aplicação do programa e de seus respectivos resultados.
O Programa em Nova Prata tem como coordenador Juliano Alarcon Fabricio da Cooperideal (Cooperativa para a Inovação e Desenvolvimento da Atividade Leiteira), com o apoio da Embrapa e que conta no município de Nova Prata do Iguaçu com a parceria da Prefeitura Municipal que subsidia parte dos valores mensais pagos pelo agricultor pra ter a assistência técnica necessária para a produção leiteira.
Juliano Alarcon Fabrício além de coordenador o programa em Nova Prata ,também é instrutor no Rio Grande do Sul. Ele explica a necessidade dos agricultores do Rio Grande do Sul verificar que é possível colocar em pratica o que está sendo feito em Nova Prata.
“ É de fundamental importância a visita dos agricultores de Alegrete a Nova Prata, pois dessa maneira eles podem conferir de perto o que os produtores na pratica estão fazendo por aqui e que é possível colocar em pratica naquele estado”.
O Secretário de Agricultura de Alegrete Marcio Amaral elogia a execução do programa e afirma ser possível implantar em seu município. “ Parabenizo o municipio de Nova Prata pela execução do programa e vejo que é possível reproduzir aquilo que é feito aqui, nas nossas pequenas propriedades da nossa região no Rio Grande do Sul que ainda esta descobrindo o potencial leiteiro e com essa visita daremos um salto grande na nossa agricultura”.
A parceria com a EMATER do Rio Grande do Sul e onze prefeituras, possibilitou o inicio do trabalho no Estado, que é a capacitação dos técnicos locais para desenvolvimento da Metodologia do Projeto Balde Cheia.
Balde Cheio
O programa Balde Cheio consiste em um conjunto de ações para melhoramento da alimentação das vacas leiteiras, pois não importa a qualidade genética do animal se ele não tem uma boa alimentação. Para alcançar esse objetivo, é reservado um pedaço da terra, e dividido esse espaço em piquetes.
Esses espaços são divididos com cerca elétrica, em virtude dos custos serem menores que a cerca tradicional. Os animais ficam em um piquete por dia. Dessa forma, o pasto do primeiro piquete, por exemplo, tem tempo de ser tratado e trabalhado, para que após 27 dias depois as vacas possam se alimentar novamente com o capim mais fortificado.
Outro fator que contribui para o crescimento saudável do capim é o sistema de irrigação, que faz com que o capim fique bom o ano inteiro, independente de período chuvoso.
O desafio depois dessas etapas de melhoria do pasto e de manejo dos animais é melhorar a comercialização do produto.