quinta-feira, 22 de julho de 2010

Realeza: Acusado de homicídio contra a esposa é condenado a mais de 15 anos de prisão

Antonio Sobczak, 28 anos, acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, foi condenado a 15 anos, 7 meses e 9 dias de prisão, pela morte da esposa, Elaine Marchesan Sobczak, ocorrido em fevereiro de 2008.

O julgamento de Valdoir foi realizado na sexta-feira, 16, na sala do júri do Fórum da Comarca de Realeza, com duração de mais de 12 horas de sessão, quando foram ouvidas as testemunhas, acusação, defesa e o réu.

O crime aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2008, uma sexta-feira, mas o corpo de Elaine foi encontrado somente seis dias depois, com sinais de enforcamento, em um poço com 12 metros de profundidade, localizado na Linha Sarandizinho, interior do município de Santa Izabel do Oeste. Valdoir foi detido dois dias após, apontado como o principal suspeito do crime.

Na versão do réu, no dia do desaparecimento de Elaine eles almoçaram juntos e ela saiu logo após a refeição para ir ao dentista, fazer compras no mercado, e buscar o bolo de aniversário da filha do casal, que completava 4 anos de idade naquele dia, e voltaria cerca de três horas da tarde.

Passando do horário previsto, segundo Valdoir, ele tentou entrar em contato com a esposa pelo celular (o que não aconteceu, conforme apresentação da quebra de sigilo telefônico apresentado pela promotoria), e procurar na delegacia e hospital do município. Nos dias seguintes, ele mesmo organizou equipes de buscas para tentar localizar Elaine.

Valdoir fez buscas, junto com 3 ou 4 amigos, na Linha Sarandizinho, pois conhecia a localidade onde passava com ônibus da empresa em nome de Elaine, no transporte escolar, e também porque residiu na infância nas proximidades da comunidade.

No interrogatório, ele negou que conhecia o poço e também a autoria do crime, alegando somente conhecer a rota que realizava.

Sobre o convívio do casal, Valdoir disse que ambos eram casados, mas tinham um relacionamento aberto, e que as famílias tinham conhecimento disso. Em outubro de 2007, após uma briga, Elaine denunciou Valdoir por possuir uma arma de fogo em casa, ele permaneceu preso por sete dias; a partir daí, segundo testemunhas, o convívio não foi o mesmo.

Para a promotora Fernanda Soares, o que condenou Valdoir foi a falta de coerência entre os fatos apontados por ele, pois no dia do desaparecimento de Elaine não há registros nos locais que ela passaria, nem das ligações telefônicas dele. E também o depoimento da filha, que disse ter visto o pai carregando a mãe no colo "dormindo" no dia do crime. Além das provas, e dos testemunhos sigilosos que apontaram intrigas entre o casal, e que Elaine queria se separar de Valdoir. A defesa vai tentar recorrer do resultado, alegando que não possui provas suficientes para incriminar Valdoir.

Após a decisão dos sete jurados, o juiz Felipe Forte Cobo leu a sentença, e Valdoir foi encaminhado para a Delegacia de Realeza onde passou a noite, e retornou para o Centro de Detenção e Ressocialização de Beltrão, onde aguardava o júri, desde o crime em 2008.